Numa das minhas tediosas tardes de férias, comecei a me lembrar do meu primeiro passeio de montanha-russa.
Não nessas montanhas-russa frufru de parquinho de criança, uma montanha russa de verdade, certo?
Eu já era bem grandinho até... devia ter 11 anos... e como sempre, a experiência foi...
foi...
foi...
traumatizante.
Era um domingo qualquer, no meio do ano, sem feriado perto nem nada. Eu fui pro trabalho com meu pai, e como não tinha serviço (domingo), nós lavamos o escritório.
Não me lembro muito dessa parte, só lembro que almocei um cheeseburguer tão bom que veio a inspirar meu MSN mais tarde.
Ah, e a tia da lanchonete conhecia o Garurumon, legal ela!
Chegou a noite, sem mais o que fazer, meu pai decidiu me levar pro Playcenter (que é um parque de diversões muito popular, se bem que vem perdendo qualidade a cada dia).
Bom, vamos então né! Por que não? Pode ser legal.
Não lembro exatamente quais outros brinquedos a gente visitou além do Looping Star.
O Looping Star, pra quem não sabe, é uma montanha-russa do Playcenter, basica, que leva esse nome por ter apenas um Looping.
ERA UM PESADELO.
Duas coisas que me apavoram: Altura e ficar de ponta cabeça.
E lá estava a montanha-russa, misturando os dois.
Era igual quando meu tio Mário me levantava de ponta-cabeça, SÓ QUE CENTENAS DE VEZES MAIOR.
Quase molhei as calças.
Mas como perigoso é divertido, eu aceitei ir na budega.
Beleza... vi ser só um passeio...
Vai nada. Meu pai convenceu o pessoal a deixar a gente IR NO PRIMEIRO CARRINHO. "É a primeira vez dele!"
Ptz. Eu vou morrer.
Então o brinquedo começou. Subia. Subia. Subia. Subia muito alto. Eu nunca tinha ido tão alto, e não pretendia ir tão cedo... daí meu pai deu a dica, "Você tem q respirar fundo, e quando ela descer você grita com tudo!"
Se ele soubesse que eu nem conhecia a definição de "respirar fundo"...
Começou a tortura. A montanha-russa desceu. E eu não consegui gritar. Pelo contrário. O grito ficou entalado na minha garganta. Fora o pavor de estar caindo a não sei que altura, no carrinho da frente, tendo a impressão de que pode soltar a qualquer hora. É, foi horrível. Mas daí veio o looping, foi terrível. mas depois do looping era só um passeio até acabar o trilho.
Saindo de lá eu não sentia minhas pernas nem minha garganta. Não estava a fim de vomitar, mas estava pasmo. Tomei um gole de água, e, bem, só fui repetir a experiência dois anos depois.
Em compensação, no Montezum do Hopi-Hari (maior montanha-russa da América Latina, dizem) eu me diverti muito mais. A queda era maior, mas eu não fiquei no primeiro carrinho e não tinha nenhuma droga de looping pra encher o saco. Se não tivesse uma fila de duas horas e quinze minutos (contadas) pra cada passeio, eu iria muitas vezes mais...
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