terça-feira, 1 de junho de 2010

Sonho do Futuro

Foi um desses sonhos que misturam real e surreal. Como se não bastasse, foi um daqueles sonhos em que você sonha que está acordando. Logo, demora até você perceber que a realidade não é verdadeira.

Bem, a começar o sonho, acordei no meu quarto. Aparentemente eu estava morando no mesmo apartamento em que eu moro agora, e minha cama estava exatamente no mesmo lugar. Mas não percebi que a casa estava diferente, até sair do quarto.

Logo mais andando pela sala, vi que haviam alguns móveis fora do lugar. Como se tivesse acontecido uma mudança recentemente.

Então, eu vi sentada no sofá uma criança, não devia ter mais de quatro anos. Era uma menina, com cabelo muito loiro e cacheado preso num rabo de cavalo (achei que a testa dela era... grande) assistindo uma TV, que eu estranhei por ser uma dessas antigas, ainda com antenas.

A menina me chamou de "papai". Aí que eu tomei um choque. Então eu percebi que eu parecia estar mais velho, apesar de não ter mudado muita coisa. A menina então disse "daddy" com um D bem pronunciado (provavelmente por causa do programa educativo que estava assistindo).

Uma filha. Meu Bog, eu acordo e de repente tenho uma filha.
Ainda estranhando a situação, fui dar uma volta pelo apartamento. A disposição dos cômodos era exatamente o mesmo do ap que eu moro agora, o que me fazia me sentir um pouco mais à vontade já que eu não teria que explorar muita coisa.

Na cozinha eu vi quem supostamente seria minha esposa. Ela estava lá, atrás de uma bancada (que não existe no ap atual).
Eu vi ela mas... não vi. Quer dizer, só consegui ver até o pescoço dela. É engraçado como às vezes meus sonhos são sacanas comigo e eu simplesmente não posso ver os detalhes interessantes.

Ok, tenho uma esposa e uma filha. Eu não consigo sequer ver o rosto da minha esposa e minha casa tá uma bagunça.
Decidi dar uma volta pelo prédio. Como eu imaginei, era o mesmo prédio em que eu moro desde sempre.
Logo no apartamento do fim do corredor morou uma vez a Cilmara, amiga da minha mãe e madrinha da minha crisma. Porém recentemente ela se mudou para outro ap no mesmo prédio, provisoriamente até ela se mudar pra outra casa.
Mas no sonho, ela saiu pela porta desse mesmo ap. Ela parecia a mesma de sempre; só que mais velha.

- Cilmara, que que você tá fazendo nesse apartamento?
- Ah, eu voltei a morar aqui. Os antigos donos trocaram a minha casa porque não se adaptaram. E parabéns.
- Parabéns porque?
- Pelo seu aniversário de 28 anos.

AAAAAAI JUSÉ.

Vinte e oito anos. Vinte e oito anos, mas eu tenho dezoito.
Dez anos. Eu avancei dez anos no futuro, mas com as mesmas lembranças que eu tinha como um rapaz de 18.
Sabe no filme Click com o Adam Sandler que ele corria umas partes, vivia automaticamente e depois quando passava a corrida ele recuperava a consciência e se sentia culpado? Então, quase isso.
A diferença é que eu não me sentia culpado, mas não sabia de absolutamente nada. Não sabia com o que eu trabalhava nem como teriam ficado meus amigos depois de tanto tempo.

Resolvi ligar pra minha mãe.

- Amor - perguntei pra minha suposta esposa - qual é mesmo o número da minha mãe?
- Sua mãe - pausa. - sua mãe faleceu. Já há alguns anos.

...um choque. Claro.

Bem, então resolvi ligar pra um pessoal. Liguei pra uns amigos que apareceram lá em casa. Parecia que todo mundo acreditava quando eu dizia "tenho a mente de um rapaz de 18 num corpo de 28". Alguns puderam ir até lá em casa (aparentemente era um dia morto; um feriado ou um domingo já que ninguém foi trabalhar). Depois de chegarem, juntou um pessoal na laje do prédio, que a essa altura parecia ter sido transformada numa área de lazer pros condôminos. Eu estava sentado conversando com o pessoal.

Não conseguia olhar minha esposa ainda, e não me lembro de dois dos meus amigos que estava lá. Por dedução seriam o K-2 e o Capelo, já que o terceiro amigo, do qual me lembro perfeitamente e que teve uma participação importante, era o Pato.

O Pato era exatamente igual hoje, só que mais velho e com os cabelos na altura dos ombros. Ele disse no meio da discussão:
- Lembra quando aconteceu uma coisa parecida comigo? Eu meio que assim escapei da realidade. Aí eu liguei pro CAT - Centro de Atendimento ao Tatuado - e eles tipo me ajudaram a cair na real.

Boa idéia Pato! Claro, o CAT poderia me ajudar nessa roubada. Ele já ajudou meu amigo uma vez, por que não poderia me ajudar também?

Peguei um iPhone que estava caído no chão - aparentemente minha filha estava jogando nele - e disquei pro número do CAT que o Pato ditou de cabeça. Aparentemente todo mundo tinha iPhone - no ano de 2020 eles viraram arroz-com-feijão-tecnológico, pensei.

Então liguei e o cara do CAT me atendeu.
- Centro de Atendimento ao Tatuado, boa tarde?
- Alou cara, eu tô com um problema. Eu acordei com um corpo de 28 anos mas a minha memória é de quando eutinha 18.
- Ah, claro. Acontece o tempo todo.
- Como eu faço pra voltar pro meu tempo?
- Não podemos te ajudar irmão. Você não tem tatuagens.
E Desligou.

¬¬'

Bom, nessa hora eu aparentemente não estava mais ali. Eu estava na Visconde (que, pra quem não sabe, é uma rua comercial, a mais perto da minha casa). Dessa vez, eu estava numa perfumaria, indo comprar gel. Eu já estava usando gel e pomada, então sentia meu cabelo pesado e nojento. Eis que aparece o Pato novamente, mas agora na sua versão 18-anos mesmo, e me mostrou uma espécie de óleo novo que tinham lançado, e me aplicou uma quantidade pra que eu experimentasse. Como era de se esperar, não funcionou (meu cabelo só funciona com gel e progressiva, todo o resto ele ignora como um anarquista) e só deixou meu cabelo pior. Não culpo o Pato, ele só queria ajudar.

"Vai já pra casa lavar esse cabelo, tanta tranqueira vai fazer mal"
Alguém disse.
...era minha mãe.

O Pato mais novo, minha mãe aqui, vivinha.

Eu tinha voltado ao meu tempo. Não sei explicar como, mas tinha acabado. No final do sonho, eu percorri alguma distância até a minha casa, antes de minha mãe (do mundo real) vir me acordar.

Maluco.

Sabe, eu acredito realmente que os sonhos são poderosos. E que eu possa ter tido uma visão distorcida do futuro ou ter experimentado a vida de uma versão minha em outra dimensão. Mas eu prefiro acreditar que, pelo menos dessa vez, foi só um sonho estranho com uma linha de tempo bem-construída e que faz algum sentido.

Mesmo porque, apesar de estar bem-casado, com casa própria e aparentemente emprego fixo, não é esse o futuro que eu quero.

Pai aos 24, tá louco? Hehe.

5 comentários:

Bruno Antonelli disse...

"Eu vi ela mas... não vi."
Isso tá virando uma epidemia~ D:

Pra se prevenir contra tudo isso, use camisinha e faça uma tatuagem! -s-n-t

Pedro d'Arc disse...

Quejinho....eu já rachei quando você me conto essa na school...

mas agora eu terminei de rachar....'-'

cara,como você vê que sua filha tem cabelo loiro cacheado se você só viu até os pescoço!!??(supondo que com 4 anos,uma criança não tem o cabelo tão longo ¬¬")


peace to acre

tatuagem!

Contriller disse...

kkkkkkkkkkkkkkkk

Putz.. o desfecho foi interessante. Mesmo sem tatuagem eles te mandaram de volta, será? Mas pra que?

Rará xD

Bruno Antonelli disse...

@d'Arc: não foi a filha que ele só viu até o pescoço, foi a esposa~

E sim, com 4 anos uma criança tem o cabelo tão longo assim, ainda mais se for uma garota! xD

(lembre-se que alguns bebês, principalmente garotas, já nascem com algum cabelo, 4 anos ele crescendo fika grandinho sim, eu mesmo tinha cabelo cacheado com 4 anos)

Bruno Garcez disse...

MInha irmã tem cabelo nos ombros e tem 2 anos recém completados.


Cara que bizarro eu estar aí. xD

E eu seria pai aos 24~25 anos sem problemas.