quinta-feira, 5 de março de 2009

Tributo - Alessandre

Eu não costumo muito falar sobre meus amigos, porque, por experiência própria (desenhos~) sempre que eu homenageio um, trinta enchem o saco com ciúmes ou algo assim. Mas dessa vez eu vou abrir uma exceção e vou fazer um tributo a meu amigo e até a pouco "colega de trabalho", Alessandre (AKA Alê, ou Leê, como preferir).

Logo quando eu comecei no trampo, minha mãe disse que algumas funções dela iam ser passadas pra mim. Uma delas seria o dever de ir ao banco, quase todos os dias, pra ir levar cheques e buscar taxas. No começo, eu chiei, porque ir no banco, convenhamos, não é nem de cara divertido.

Ela pediu pra eu acompanhar ela pra ver como fazia, então eu poderia ir sozinho.

Já comecei vendo que minhas concepções iniciais estavam erradas quando vi que o tal banco não era realmente um banco, era uma AGÊNCIA de banco: ou seja, era uma saleta, uma espécie de apartamento bem oculto entre as sombras de um prédio xD

E logo que entrei, vi que a pessoa que cuidava do lugar não era um banqueiro chato, como minha pré-concepção havia montado. Era um rapaz de pouco mais de vinte anos, tranquilão, mó de boa, com uma barba clara, e sempre de touca. (Nunca, NUNCA vi o cabelo dele o.O)

Mas enfim, o que acontece é que esse cara foi uma das pessoas mais firmezas que eu já conheci. Quase todo dia, no trampo, um pouco depois do almoço, eu ia no banco pegar as taxas e a gente trocava várias idéias, sobre vários assuntos, mas todos sempre muito interessantes (saca quando você tem um amigo do mesmo universo que você? então...) papos sobre computadores, games, filmes, animes, música, mulheres -q XD e etc, papos instrutivos, papos triviais, papos que não levavam a nada, enfim, coisas do tipo. =)

A Thayla também conheceu o Alê, já que nas férias e na falta do que fazer ela ia com a mãe dela no trabalho (a mãe dela trabalha bem do lado do nosso escritório), daí a gente ia junto x-] geralmente era quando ela ia que a gente falava mais de música.

No primeiro mês mais ou menos, eu costumava falar dos meus "sonhos de consumo" com o Alê, já que eu estava meio que ansioso pelos primeiros salários e talz. A gente conversava sobre o celular que eu queria comprar, um computador novo, etc e eu comentei com ele uma vez que eu queria comprar um Headphone, desses grandões, bem lokos, que você usa e não ouve mais nada, você entra na música e tal, bem parecido com um que ele levava no trabalho pra ouvir música ou brincar do World of Warcraft no notebook que ele instalava em separado do computador de trabalho. Eu nunca achava um fone desses do jeito que eu queria. Quer dizer, até achei um uma vez, perfeito, a não ser pelo fato de ser numa inebriante cor-de-rosa choque ¬¬

Pois é. Era uma rotina muito agradável, algumas vezes a melhor parte do dia de trabalho. Mas segunda-feira passada, ele me deu a notícia de que ia se demitir.

Eu meio que desacreditei, porque seilá, sempre que muda uma coisa na rotina que começa a ser agradável, você surta.

"Quarta vai ser o ultimo dia que eu venho, cara. Depois vai vir outro cara no meu lugar", foi o que ele me disse.

Não foi muito legal de ver. Sempre dói quando um amigo parte, mesmo sabendo que a gente vai manter contato e tudo, dói do mesmo jeito.

Mas enfim, eu não ia poder impedir ele. Cada um dirige sua vida como achar melhor, certo?
Mesmo porque, não ia ser legal querer manter ele lá o tempo todo, o certo é deixar cada um ser feliz a sua maneira.

Eu fui "visitar" ele na terça seguinte.

Na quarta-feira, por não ter taxas pra buscar nem cheques pra enviar, eu não visitei ele e não pude me despedir direito.

Mas ele ligou pro escritório pra dar tchau.

Ele falou comigo no telefone. "Cara, quando você for no banco amanhã, pede pra pessoa que estiver lá te entregar um pacote que eu deixei pra você".

Hm, ok né. Naturalmente eu imaginei que seria algo relacionado ao trabalho, lógico.

No dia seguinte eu fui pro banco, sem saber como ia ser. Eu toquei o interfone, e a pessoa nem me esperou dizer "É o Marcelo do Zezinho", que era como eu me identicava. Entrei e vi uma senhora, de talvez uns 30 anos, no lugar do Alê. A sala tinha o mesmo cheiro de limpeza de sempre, mas não tinha mais aquele ar descontraído. Não tinha o notebook rodando Warcraft, nem o travesseiro amarelo no chão de quando ele tirava suas sonecas na hora do almoço. Eu fiz o que tinha que fazer e perguntei pra moça, "O Alessandre falou que tinha um pacote pra mim... ele esta por aí?"

Ela me entregou um papelote pardo, cheio de rabiscos sobre as tabelas que deviam ter sido preenchidas. Escrito na frente, "Entregar ao Marcelo do Zezinho".

Eu abri, por curiosidade só, já que eu achava que era alguma coisa pro meu pai.

Mas não.

Era pra mim mesmo.

Ele deixou o Headphone perfeito dele pra mim.

Cara, eu quase chorei na frente da moça.

Isso deve ter soado emo, mas que seja, foi realmente emocionante, dramático, sei lá, muito coisa de filme ou anime.

Bem que você tinha dito Alê. Você não entra ou sai da vida de ninguém sem deixar marcas.
No meu caso, foram as melhores marcas. Não só pelo presente, mas pela experiência, a amizade, enfim, tudo. Muito obrigado, te agradeço de verdade.

E, como você costumava dizer pra mim sempre antes de eu ir embora:

Sucesso.

2 comentários:

Anônimo disse...

Vc é foda broder te curto dmais, vc esta no colegial e o que peço é que vc APROVEITE tudo brow!

TUDO, lanche da cantina até as mulheres feias! rs.

- lembra daquela dica de tratar as bonitas como feias ?!

pois é! rs.

Brow, vc merece cara!

Adoro sua mãe, ela sempre tinha uma história bacana pra me contar, sei tudo sobre sua cachorrinha e conheci o filhão mais velho dela!


[ vc poderia ser escritor! DE ANIME! rs ]

Espero que aproveite bem os fones, eles são usados, mas foi de coração!


. Não sei pq, quando vi vc, vi um cara com um futuro muito bom, tendo tudo que deseja saca ?!


Att.

SUCESSO!

Anônimo disse...

Meu, não sei nem o que comentar... mas essa história é muito linda!
Passei a admirar a amizade de vocês dois :)