Pai: Marina, você quer pizza do que? Marina: Eu não queria pizza, queria ir comer no Mc Donald's. Pai: Mas a gente votou e escolheu pizza. Você quer pizza do que? Marina: Eu quero pizza de BigMac! Qjn: LOL
"Ei, Quejo. Acorda aí. Olha só o que a gente arranjou!"
"Ah, é cedo pra acordar. Poxa, eu só tenho o domingo de folga e esses malucos ainda vem querer bater na minha janela à essa hora da manhã. Na minha janela... espera, mas eu moro no terceiro andar, COMO É QUE..."
Abro a janela. Eles estão flutuando aqui na minha frente, com suas novas mochila à jato. Não muito surpreendente, pois são iguais à minha. Me surpreende mais que a rede de proteção da janela tenha sumido. Eu não lembro de tentar tirar ela desde 2002 quando eu tentara roubar jaca do vizinho com uma vara de pescar. Pena que ele tenha vendido a jaqueira... pena.
"Espera aí galera, já vou com vocês." Minha mochila à jato estava encostada a algum tempo, afinal, já há muito que eu não me deixo voar. Óculos de proteção, qual eu vou usar dessa vez? O de aviador da Segunda Guerra seria muito legal, pra estrear, mas não é muito prático e eu tenho medo de estragar. Os de motoqueiro, meus favoritos, então? Não... melhor o de snowboard, porque dá pra usar os óculos por baixo. É, esse mesmo (não quero perder nenhum momento por estar com a vista embaçada). Agora é só pular pela janela e voar!
"Marcelo", surge minha mãe na posta do quarto, "o senhor que não pense em voar pela janela. Vá pela laje do prédio conforme nós conversamos."
"Tá bom, mãe." Pfff, que saco. Por que inferno eu não posso simplesmente voar pela janela? Já fiz tanto isso, é tão mais fácil. Pois bem, vou até a laje com minha mochila à jato e meus goggles, que o pessoal está me esperando.
Aliás, quem são eles mesmo? Não sei, o sol tapou seus rostos. Não interessa, são meus companheiros de vôo.
Chegando à laje, vários pedreiros trabalhando. Devem estar finalmente fazendo uma piscina ou algo de interessante que desafia todas as leis da física, da arquitetura e da estética, mas é só o serviço deles e afinal esses arquitetos da cidade parecem nunca saberem o que fazem, botando prédios e mais prédios onde deveriam haver simples choupanas.
Mas certo, é hora de voar. Olho para o alto, vejo o Sol, e dou meu primeiro impulso. Minha mochila tosse, como se faltasse combustível. Tento de novo, mas não passo de meio metro do chão. Mais uma vez, uma volta em parafuso. Minha mochila não quer mais funcionar. Não vou voar.
Eis que surge minha madrinha Cilmara pela porta de entrada da laje e me pergunta "Marcelo, você lembrou de colocar a mochila à jato meia hora antes de usar?"
"Ah", olhei pra ela, "não lembrei não."
"Desculpa pessoal, vamos ter que fazer outra coisa que eu possa voar. Alguém quer jogar videogame?"
Bzz, bzz, bzz. Cade a droga do botão da soneca?...
As pessoas nunca perguntam o que você está pensando quando você está pensando numa coisa que seria engraçada de responder. Nunca me perguntam "o que você está pensando?" quando a resposta seria "soslaios universais interestelares" ou "melancólicos momentos enzimáticos" ou "hortelã".
As pessoas vêm me perguntar o que eu estou pensando quando eu estou pensando coisas embaraçosas ou desconfortáveis de se dizer, e, como eu já estava pensando em tal coisa, não tenho tempo de pensar numa resposta que seja engraçada ou disfarçada o suficiente e acabo respondendo coisas como "nada" ou "...coisas" mesmo.
E enquanto eu pensei tudo isso, ninguém veio me perguntar.
Dane-se que a Virada foi a semanas atrás, eu vou postar agora porque é o que eu queria postar desde então.
Bom, juntamos uma galera pra ir na Virada Cultural em São Paulo, nos ultimos dias 16 e 17 de abril passados. Eu tentei escrever um resumo da ópera mas eu juro que minhas habilidades escrivísticas estão praticamente esgotadas, então eu vou direto à parte que interessa.
A gente assistiu os Beatles 4Ever :)
Beatles 4Ever é uma banda cover dos Beatles, que por sinal é MUITO, mas MUITO boa. Além de eles se parecerem fisicamente com os próprios Beatles, tocam muito bem, imitam as vozes igualzinho e ainda se vestem à carater xD
Vou usar as palavras do K-2 para descrever os membros, porque né, disse tudo:
"O John teve que cantar, trocar de instrumento toda hora entre guitarra, guitarra de 12 cordas, guitarra acústica, violão, baixo, teclado, guitarra E teclado, guitarra de 4 cordas, baixo de 6 cordas e a guitarra de colo original do verdadeiro John Lennon...
O Paul cantou maravilhosamente bem, a voz dele chegava PERTÍSSIMO da voz do Paul quando tinha que gritar, sem falar que aprendeu a tocar em canhoto sendo destro!!! E depois de 21 horas tocando ainda mandou muito bem nos gritos de Oh Darling!...
O Ringo mandou muito na batera e nas 6 músicas que cantou ao mesmo tempo que tocava, e fez umas piadinhas muito de Ringo... (Capelo adiciona: Isso sem falar na "unnaturally-happy-ringo-face")
O George então nem se fala, fundou a banda, tem todas as réplicas de instrumentos de 50, 60 e 70, tocou a cítara, solou perfeitamente igual ao verdadeiro Harrison e até recebeu aprovação e resposta do tal enquanto ele ainda era vivo...
Sem esquecer também do japinha Edson Yoko, que fez uma orquestra usando às vezes até dois teclados ao mesmo tempo, e roubou a atenção em Because... Como o Capelo gritou: tamanho não é documento!"
Yeah, isso aí! :)
Eu aprovei e muito o show dos Beatles 4Ever. Sinceramente, eu acho que senti mais ou menos o que sentiria se assistisse a um show dos próprios Beatles. Mas com ainda uns adicionais: esses "loucos retardados" (como disse o Lennon) tocaram por mais de VINTE E QUATRO HORAS, tocando TODOS OS ALBUNS DOS BEATLES na ordem, inclusive aqueles em que eles NÃO SE APRESENTAVAM.
O Yoko (haha... o nome é só coincidência) e seus assistentes substituiram perfeitamente as orquestras em seus teclados, e os Beatles tiveram que se virar em muitos momentos para acompanhar as músicas (especialmente na minha opinião foi super legal ver o Paul tocando NA MESMA BATERIA que o Ringo numa música, que não me recordo qual, possui duas gravações de bateria sobrepostas) e não houve nenhum backup (só na música I am The Walrus nas partes em que, hm, o John resolveu ligar o rádio e enfiar no fim da música)
Mas a melhor parte de ouvir os Beatles 4Ever é que eles NÃO SÃO os Beatles. Quero dizer, eles não são mesmo. São beatlemaníacos, assim como os milhares de pessoas (30 mil no album Revolver) que estavam lá para vê-los. E se esforçaram pra fazer uma maratona espetacular, algo que nem os próprios Beatles e poucos artistas famosos em geral teriam a coragem (ou loucura) de fazer e ainda conseguindo tocar bem. E o Paul ainda tuitava nos intervalos, OLHA SÓ rs.
Bom, é isso, claro que não foi só o que a gente fez na Virada mas foi definitivamente a melhor parte. Vou colocar algumas fotos aqui e ali e os vídeos que eu gravei, que estão no vlog dos brothers. Aviso: o primeiro vídeo contém palavrões, então Viewer discretion is advised